sábado, 11 de abril de 2009

E chove lá fora...

Sabe aquelas tempestades que não passam, que deixam os dias frios, escuros e com nuvens carregadas? A gente olha para a cama bendita de toda noite e pede clemência para não sair debaixo do edredom.

É assim que fica a vida de vez em quando: fria, pesada, chuvosa; e a vontade é de se esconder, de se proteger; porque custa se molhar, custa sair de casa no frio, com água pingando pelo corpo todo e de sapatos encharcados.

E hoje choveu, lá fora e dentro dela. Ela tentou buscar no seu abrigo interior, o aconchego do pensamento positivo: “essa tempestade vai passar!”. Mas às vezes, o astro-rei demora um pouquinho para dar o ar da graça, e enquanto ele não vem, dá vontade de se recolher e não sair mais de perto do edredom.

É difícil ter que encarar nossas tempestades: nossos medos, nossas incertezas, nossa insegurança.

Pior que as tempestades são os raios. Estes sim apavoram ainda mais, é só trovejar que a gente se agarra ainda mais à nossa cama, e a vontade de ficar em casa dobra, triplica. Mas não dá para ficar encoberto a vida toda, se o sol tardar, é hora de ir à luta. Guarda-chuvas, capas e uma boa dose de coragem são paliativos para encarar o tempo fechado, a tempestade anunciada.

E é assim que ela encarou a sua tempestade. Molhada, encharcada de água da cabeça aos pés e com muita vontade de ficar no seu cantinho intocável, ela abraçou a vida, limpando lágrimas e pingos de chuva, venceu a comodidade e saiu da cama. Foi à luta.

Dias depois o céu limpou. O sol voltou a reinar. O despertador, como de costume, tocou às 5:30h. Ela levantou-se, abriu a janela e agradeceu pelo dia, por mais um dia, e dessa vez sem lágrimas ou pingos de chuva, trocou-os pelo suor, desses que caem com pressa, que limpam a alma e são abraçados pelo corpo. Ela sentiu a brisa e agradeceu aquela sensação. Por não sentir mais medo, por se sentir livre, dentro e fora.