quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De volta pra casa...


E agora estou aqui, estou de volta!
Sem rascunhos, sem medo, sem receio. Me sinto como um filho que resolve tirar longas férias, viajar pelo mundo todo, trilhar caminhos inimagináveis, ou simplesmente tirar longas férias da vida, como se isso fosse possível.
Mais um dia a saudade bate, o bom filho a casa retorna não é mesmo? E hoje eu retornei! com um coração em forma de bagagem, a maior possível: sonhos, planos, idéias, gritos silenciosos, pavor, medo, alegria...
Não faço planos, nem previsões, aliás, sou um ser imprevisível, movido por hormônios e um emaranhado de células. E essas oscilações internas fazem desenhar meus altos e baixos.
Quero "mostrar cada objeto" guardado na "mala", durante essa longa jornada que me afastei.
Sinto falta dos meus gritos existenciais que aqui encontravam eco.
Saudações aos amigos e boas vindas aos distraídos que por aqui passarem...
CARPE DIEM!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quando o coração é quem fala...


Era pra ser devagar, mas eu apressei.
Era pra ser brincadeira, mas eu tornei sério .
Era pra ser à distancia , mas eu me aproximei.
Era pra ser simples, e eu compliquei.
Era pra não ter nome, mas eu rotulei.
Era só pra experimentar, mas eu me joguei.
Não era pra ir, mas eu fui.

sábado, 11 de abril de 2009

E chove lá fora...

Sabe aquelas tempestades que não passam, que deixam os dias frios, escuros e com nuvens carregadas? A gente olha para a cama bendita de toda noite e pede clemência para não sair debaixo do edredom.

É assim que fica a vida de vez em quando: fria, pesada, chuvosa; e a vontade é de se esconder, de se proteger; porque custa se molhar, custa sair de casa no frio, com água pingando pelo corpo todo e de sapatos encharcados.

E hoje choveu, lá fora e dentro dela. Ela tentou buscar no seu abrigo interior, o aconchego do pensamento positivo: “essa tempestade vai passar!”. Mas às vezes, o astro-rei demora um pouquinho para dar o ar da graça, e enquanto ele não vem, dá vontade de se recolher e não sair mais de perto do edredom.

É difícil ter que encarar nossas tempestades: nossos medos, nossas incertezas, nossa insegurança.

Pior que as tempestades são os raios. Estes sim apavoram ainda mais, é só trovejar que a gente se agarra ainda mais à nossa cama, e a vontade de ficar em casa dobra, triplica. Mas não dá para ficar encoberto a vida toda, se o sol tardar, é hora de ir à luta. Guarda-chuvas, capas e uma boa dose de coragem são paliativos para encarar o tempo fechado, a tempestade anunciada.

E é assim que ela encarou a sua tempestade. Molhada, encharcada de água da cabeça aos pés e com muita vontade de ficar no seu cantinho intocável, ela abraçou a vida, limpando lágrimas e pingos de chuva, venceu a comodidade e saiu da cama. Foi à luta.

Dias depois o céu limpou. O sol voltou a reinar. O despertador, como de costume, tocou às 5:30h. Ela levantou-se, abriu a janela e agradeceu pelo dia, por mais um dia, e dessa vez sem lágrimas ou pingos de chuva, trocou-os pelo suor, desses que caem com pressa, que limpam a alma e são abraçados pelo corpo. Ela sentiu a brisa e agradeceu aquela sensação. Por não sentir mais medo, por se sentir livre, dentro e fora.

terça-feira, 10 de março de 2009

Viagem no túnel do tempo!












Que dia é hoje?! De repente lembrei que falta apenas uma semana pro meu aniversário. Comecei a lembrar que já tenho um tempinho nessa vida (muita calma nessa hora hein!!) e me deliciei em viajar nas lembranças.

A primeira recordação que tenho de mim mesma foi aos quatro anos de idade. Lembro que minha mãe pediu pra eu ir buscar um tecido no quarto dela (ela gostava de costurar e bordar) e no caminho eu achei uma tesoura. Lembro bem que eu olhei pra tesoura e pro tecido e me veio uma idéia maquiavélica: iria cortar aquele tecido. Por que? Pergunte a Deus, mas não a mim! A minha sorte (e do tecido?) é que minha mãe notou a demora e foi ao meu encontro, quando viu que eu estava prestes a cometer o ato de maldade infantil, pegou a tesoura da mão e palmadinha nela!(quer dizer, no meu bumbum!)

Lembrei ainda do dia em que fui ao sítio da minha madrinha. Tinha seis anos, lembro que vi um desenho de uma menininha e tentei fazer igual. Começava uma nova fase da minha vida: a paixão por bonecas de papel. Em um passo de mágica virei uma desenhista de bonecas apaixonada! Passava os dias enfurnada no meu quarto conversando com minhas bonecas de papel. Eu era muito tímida, não gostava da convivência social (fugi da escola com 5 anos, me recusei a imitar sapinho no lago, nas aulas de balé e bati numa coleguinha, kkk), no recreio eu sempre gostava de ficar sozinha perto de uma goiabeira que tinha no colégio batista: só eu, minha lancheira e meus pensamentos de criança. Nessa época eu ia muito mal na escola, durante as aulas eu brincava com a Giovana, a Alice, a Claudia (minhas bonecas de papel), ou então com o lápis de cor, com o caderno, etc. Meus pais e a professora começaram a achar que eu era autista. Minha mãe então me levou no médico e, não deu nada! Mais tarde recebi meu diagnóstico: meu autismo era uma miopia bem alta!

Aos nove sofri a maior perda da minha vida, e tive que aceitar isso da melhor maneira possível. Nessa época, uma parte de mim se perdia pra sempre e eu tive que amadurecer mais depressa com a perda da minha mãe.

Aos 10 anos eu já assumia uma nova personalidade. Aquela criança tímida, introspectiva e que tinha pânico de gente por perto, se viu emoldurada por um apetrecho de vidro na cara: em bom português, um ridículo óculos fundo de garrafa. Nascia ai o patinho feio da família, rs. A grande vantagem veio quando abri meus olhinhos indígenas. Vi que o mundo era mais colorido do que eu imaginava. As aulas começaram a ficar mais legais e a vida mais interessante! O tempo era dividido entre as tarefas da escola/aulas e as bonequinhas de papel.

Aos 11, parei de chutar os meninos, comecei a brincar menos de bonecas, e a fazer amizades com gente de verdade. Tornei-me então, uma pessoa mais simpática, apesar de ainda tímida. Eu também passei de aluna mal sucedida, ao posto de CDF da turma.

Aos 12 me apaixonei pelo meu vizinho de 10. Começava então a minha mania quase obsessivo-compulsiva de gostar de homens mais novos (Freud não sei se explicaria...).

Durante toda a adolescência eu sonhava com um príncipe encantado. Não era mais a menina tímida, mas muito sonhadora. Tinha várias amigas, já era extrovertida, alegre e sempre apaixonada por livros. Começava também minha mania quase obsessivo-compulsiva II: gostar de homens que moram longe!

Saí da adolescência frustrada porque meu príncipe encantado mais novo e interestadual apareceu três vezes e sumiu pra terra encantada do nunca mais.

Cheguei na vida adulta. Meus vinte e poucos anos... Entrei na faculdade, namorei muito, Jonh Cuervo já foi meu melhor amigo, já fui chamada de gordinha, magrinha, saradinha.Loira, morena, ruiva e desbotada. Já fui católica, evangélica; hippye, chique, alternativa, rebelde sem causa fora da idade, certinha.Já fiz tatuagem, me mudei pra outra cidade por amor, me viciei em internet, dei risada, chorei, magoei e fui magoada. Me apaixonei, desapaixonei e reapaixonei de novo.Me revoltei diversas vezes, me descobri e redescobri, fui morar sozinha em outra cidade, aprendi a cozinhar(mentira), a me organizar (mentira de novo)e cuidar do meu dinheiro(verdade!). Fiz mestrado, voltei pra casa e descobri que a gente é mais feliz mesmo em casa e perto da nossa gente. Curioso que não mudei muito fisicamente. Foram poucas mudanças físicas intensas, mas generosas diferenças no jeito de agir e sentir.Já penso em casar, ter filhos, constituir família mesmo, adotar o Dom Pedro (meu próximo cachorro) e quem sabe plantar umas samambaias na varanda=)

Hoje, já quase uma balzaquiana (caracaaaa to assumindo a velhice mesmo!) eu sei que ainda vou escrever muitasss linhas ao longo da minha história da vida, sei que ainda tem muitos “tijolos” pela frente, mas posso afirmar que cada aninho tem sido pra mim um tijolinho de amadurecimento. E isso me faz sentir, a cada dia, que eu me torno uma pessoa melhor.


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"linda, inteligente (tem o Q.I do Einstein), praticamente uma deusa grega reencarnada"

Engraçado pensar como as “emoções evoluem”. Lembro da minha avó contando que casou com meu avô porque na época, ele estava muito doente e ela queria ajudá-lo. Bom, mas naqueles tempos, a mulher era tida como um ser sujeito a todo tipo de submissão e prestação de contas com a sociedade, então ela teve que casar para não ficar mal falada.

E eis que ela foi muito feliz com meu avô!

Pode ter sido um caso isolado. As emoções eram reprimidas e muitos amantes tinham que calar-se em nome do que chamavam casamento arranjado bons costumes.

Vejo as coisas nos dias de hoje. Ninguém mais casa com ninguém com propósitos de salvar uma vida, na verdade nem acho isso justo, embora possa dar certo-vide caso de minha avozinha querida. Mas ninguém mais tem esse propósito, pelo contrário, nos dias de hoje marido ta matando mulher, pai mata filho, filho mata os pais e por aí vai, é um salve-se quem puder!

Mas voltando ao foco, fico pensando nas relações afetivas. Ninguém hoje tem obrigação de nada: nem compromisso afetivo e muito menos consideração. A situação é tal que hoje você sai com uma pessoa, e esta usa todo seu arsenal de mentiras pra levá-la pra cama: você linda, inteligente (tem o Q.I do Einstein), praticamente uma deusa grega reencarnada. Bom, sejamos práticos: das duas uma, ou ele(a) vai manter uma fingida relação e prolongar por algum curto espaço de tempo( a famosa amizade colorida escrachada) até encontrar uma pessoa melhor (leia-se mais palatável), ou ele(a) simplesmente nem se dá a esse trabalho, simplesmente deleta você da sua mente como se você nunca tivesse cruzado o caminho daquele ser. Curioso não? Seria a matrix?

Isso se chama século XXI ou o fim dos tempos! Eu realmente admiro essas pessoas “evoluídas” capazes de uma frieza quase frigorífica, mas eu de fato ainda não cheguei nesse patamar, e realmente, não o pretendo. Obrigada Deus por ainda ter me dado um dos últimos corações disponíveis para a quota Homo sapiens. Ironia, pretensão? Juro que não!

E não vou dizer que essa frieza só existe nos cromossomos XY. Não se engane, há mulheres fortemente competitivas no quesito relacionamentos de emergência, descartáveis, plástico-bolha.

Ainda quero acreditar que existem seres propostos a conhecer as pessoas não pela textura da carne, pela anca avantajada, pelos bíceps trabalhados nas máquinas frias das academias, mas muito mais pela essência, pela história de vida, pelo prazer de uma boa conversa olhos nos olhos e buscar nesses momentos não necessariamente a pessoa que vai dividir as escovas de dente, e a mensalidade da escola das crianças... mas entender que ali, do outro lado do seu campo de visão existe uma pessoa! Um ser humano, e certamente essa pessoa não está ali sob tortura. Está porque os dois querem e tem algum interesse em estarem juntos, ainda que seja para saber que não tem interesse nenhum. Mas o que eu quero dizer é que ninguém tem o direito de entrar na vida do outro e depois ignora-lo sem um mínimo de respeito ou consideração, já dizia Saint Exupéry, no seu famosíssimo Pequeno príncipe. E acho que isso é o maior motivo da grande falta de humanidade que existe hoje, simplesmente ninguém quer se importar com o outro, conhecer o outro de verdade, apenas tirar alguma vantagem, que é a parte que lhe cabe na história. E isso vale não só para as relações de romance, mas também para as amizades e até mesmo, relações familiares. Tem gente que passa dias e nem repara que o pai (mãe, irmã, sobrinho, cachorro) cortou o cabelo.

Pessoas assim muitas vezes são pouco observadoras ou mesmo burras, sempre olham pro seu próprio umbigo e encarnam um hedonismo incomensurável. Às vezes deixam de perceber que do outro lado pode existir uma pessoa fantástica, mas nem querem se dar ao trabalho/luxo de perder tempo em descobrir isso, para quê? Depois que o homem inventou a cama, tudo fica mais fácil ser descoberto não é mesmo? Principalmente se a mulher que estiver na sua frente tiver grandes 350ml de silicone.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Você é seguidor da homeopatia da vida? Pense nisso...
Segue a seta:


Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca.
Não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em sí mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.


(Martha Medeiros)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Apertem o botão!

Mais um dia aparentemente normal , mas alguma coisa em mim está diferente.

Abro minha caixa de emails...problemas a resolver, aqueles spams malditos e alguns emails pessoais. Vou ler as notícias como costumeiramente faço.

“ Jovem de 23 anos é baleada , estuprada e encontra-se em estado grave depois de fazer trilha com namorado, que veio a falecer vitima de tiros de um falso guia turístico”. “Adolescente de 13 anos e mãe foram mortas após assalto na casa da família que trabalhava num pesque-pague. A adolescente teria sido estuprada antes de morrer, a violência foi tamanha que sua vagina foi encontrada dilacerada. Mortes, assassinatos, etc.”

Imediatamente me veio uma mistura de ânsia, dor, revolta, tudo ao mesmo tempo sobre a condição humana. Medo, tristeza, vontade de sumir... Desacredito que consiga viver num mundo assim, onde a crueldade humana chegue a tanto. Onde justiça é um sonho distante e mais distante ainda é o sonho de existir dentro do coração das pessoas mais amor, mais respeito, mais carinho para com o próximo.

Angústia, tristeza... estes são os sentimentos que conseguem exprimir o que senti durante todo o dia. Fico pensando que poderia ter sido comigo, com a minha família, com meus amigos...imagine a dor dessas pessoas, de seus familiares. Por que tanta crueldade meu Deus?

E esse sentimento estranho de querer cavar um buraco na minha própria existência, de tentar achar um botaozinho mágico que me liberasse pra um mundo melhor, mais feliz, onde as pessoas sorriem verdadeiramente umas com as outras. Um mundo onde você pode dormir na praia sozinho, banhado pela claridade da lua,contando estrelas; onde as janelas possam ser abertas e deixar entrar o frio da noite, um mundo em que será possível fazer trilha com o namorado e voltar feliz da vida pra casa sem que a maldade humana cruze o seu caminho.Enfim, um mundo onde não haverá armas, e as mãos estarão ocupadas, entrelaçadas numa ciranda de amor e fraternidade.

E em meio a sonhos e lágrimas me pergunto até quando?

Será que um dia vou deixar meu egoísmo falar mais alto e ter coragem de colocar um filho no mundo? Nesse mundo cruel e desgraçado que eu vejo nas noticias de jornal, na minha rua, na minha cidade, no meu país, no mundo?

Realmente às vezes penso que somos reféns, sobreviventes de uma guerra silenciosa por vezes, e gritante por outras.

Isso me provocou uma dor inconsolável. Prefiro achar que é a tal da TPM, prefiro acreditar no silencio da guerra. Quero dormir e sonhar que achei o botaozinho mágico. É doloroso demais pensar que todos os dias, a cada hora algum monstro age, expõe sua falta de coração sobre alguma vítima.

Não dá pra achar que isso só acontece com um desconhecido. Ou a gente pára e pensa numa solução, ou seremos todos engolidos, triturados e esmigalhados em um canibalismo humano moderno.