terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Apertem o botão!

Mais um dia aparentemente normal , mas alguma coisa em mim está diferente.

Abro minha caixa de emails...problemas a resolver, aqueles spams malditos e alguns emails pessoais. Vou ler as notícias como costumeiramente faço.

“ Jovem de 23 anos é baleada , estuprada e encontra-se em estado grave depois de fazer trilha com namorado, que veio a falecer vitima de tiros de um falso guia turístico”. “Adolescente de 13 anos e mãe foram mortas após assalto na casa da família que trabalhava num pesque-pague. A adolescente teria sido estuprada antes de morrer, a violência foi tamanha que sua vagina foi encontrada dilacerada. Mortes, assassinatos, etc.”

Imediatamente me veio uma mistura de ânsia, dor, revolta, tudo ao mesmo tempo sobre a condição humana. Medo, tristeza, vontade de sumir... Desacredito que consiga viver num mundo assim, onde a crueldade humana chegue a tanto. Onde justiça é um sonho distante e mais distante ainda é o sonho de existir dentro do coração das pessoas mais amor, mais respeito, mais carinho para com o próximo.

Angústia, tristeza... estes são os sentimentos que conseguem exprimir o que senti durante todo o dia. Fico pensando que poderia ter sido comigo, com a minha família, com meus amigos...imagine a dor dessas pessoas, de seus familiares. Por que tanta crueldade meu Deus?

E esse sentimento estranho de querer cavar um buraco na minha própria existência, de tentar achar um botaozinho mágico que me liberasse pra um mundo melhor, mais feliz, onde as pessoas sorriem verdadeiramente umas com as outras. Um mundo onde você pode dormir na praia sozinho, banhado pela claridade da lua,contando estrelas; onde as janelas possam ser abertas e deixar entrar o frio da noite, um mundo em que será possível fazer trilha com o namorado e voltar feliz da vida pra casa sem que a maldade humana cruze o seu caminho.Enfim, um mundo onde não haverá armas, e as mãos estarão ocupadas, entrelaçadas numa ciranda de amor e fraternidade.

E em meio a sonhos e lágrimas me pergunto até quando?

Será que um dia vou deixar meu egoísmo falar mais alto e ter coragem de colocar um filho no mundo? Nesse mundo cruel e desgraçado que eu vejo nas noticias de jornal, na minha rua, na minha cidade, no meu país, no mundo?

Realmente às vezes penso que somos reféns, sobreviventes de uma guerra silenciosa por vezes, e gritante por outras.

Isso me provocou uma dor inconsolável. Prefiro achar que é a tal da TPM, prefiro acreditar no silencio da guerra. Quero dormir e sonhar que achei o botaozinho mágico. É doloroso demais pensar que todos os dias, a cada hora algum monstro age, expõe sua falta de coração sobre alguma vítima.

Não dá pra achar que isso só acontece com um desconhecido. Ou a gente pára e pensa numa solução, ou seremos todos engolidos, triturados e esmigalhados em um canibalismo humano moderno.

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