sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"linda, inteligente (tem o Q.I do Einstein), praticamente uma deusa grega reencarnada"

Engraçado pensar como as “emoções evoluem”. Lembro da minha avó contando que casou com meu avô porque na época, ele estava muito doente e ela queria ajudá-lo. Bom, mas naqueles tempos, a mulher era tida como um ser sujeito a todo tipo de submissão e prestação de contas com a sociedade, então ela teve que casar para não ficar mal falada.

E eis que ela foi muito feliz com meu avô!

Pode ter sido um caso isolado. As emoções eram reprimidas e muitos amantes tinham que calar-se em nome do que chamavam casamento arranjado bons costumes.

Vejo as coisas nos dias de hoje. Ninguém mais casa com ninguém com propósitos de salvar uma vida, na verdade nem acho isso justo, embora possa dar certo-vide caso de minha avozinha querida. Mas ninguém mais tem esse propósito, pelo contrário, nos dias de hoje marido ta matando mulher, pai mata filho, filho mata os pais e por aí vai, é um salve-se quem puder!

Mas voltando ao foco, fico pensando nas relações afetivas. Ninguém hoje tem obrigação de nada: nem compromisso afetivo e muito menos consideração. A situação é tal que hoje você sai com uma pessoa, e esta usa todo seu arsenal de mentiras pra levá-la pra cama: você linda, inteligente (tem o Q.I do Einstein), praticamente uma deusa grega reencarnada. Bom, sejamos práticos: das duas uma, ou ele(a) vai manter uma fingida relação e prolongar por algum curto espaço de tempo( a famosa amizade colorida escrachada) até encontrar uma pessoa melhor (leia-se mais palatável), ou ele(a) simplesmente nem se dá a esse trabalho, simplesmente deleta você da sua mente como se você nunca tivesse cruzado o caminho daquele ser. Curioso não? Seria a matrix?

Isso se chama século XXI ou o fim dos tempos! Eu realmente admiro essas pessoas “evoluídas” capazes de uma frieza quase frigorífica, mas eu de fato ainda não cheguei nesse patamar, e realmente, não o pretendo. Obrigada Deus por ainda ter me dado um dos últimos corações disponíveis para a quota Homo sapiens. Ironia, pretensão? Juro que não!

E não vou dizer que essa frieza só existe nos cromossomos XY. Não se engane, há mulheres fortemente competitivas no quesito relacionamentos de emergência, descartáveis, plástico-bolha.

Ainda quero acreditar que existem seres propostos a conhecer as pessoas não pela textura da carne, pela anca avantajada, pelos bíceps trabalhados nas máquinas frias das academias, mas muito mais pela essência, pela história de vida, pelo prazer de uma boa conversa olhos nos olhos e buscar nesses momentos não necessariamente a pessoa que vai dividir as escovas de dente, e a mensalidade da escola das crianças... mas entender que ali, do outro lado do seu campo de visão existe uma pessoa! Um ser humano, e certamente essa pessoa não está ali sob tortura. Está porque os dois querem e tem algum interesse em estarem juntos, ainda que seja para saber que não tem interesse nenhum. Mas o que eu quero dizer é que ninguém tem o direito de entrar na vida do outro e depois ignora-lo sem um mínimo de respeito ou consideração, já dizia Saint Exupéry, no seu famosíssimo Pequeno príncipe. E acho que isso é o maior motivo da grande falta de humanidade que existe hoje, simplesmente ninguém quer se importar com o outro, conhecer o outro de verdade, apenas tirar alguma vantagem, que é a parte que lhe cabe na história. E isso vale não só para as relações de romance, mas também para as amizades e até mesmo, relações familiares. Tem gente que passa dias e nem repara que o pai (mãe, irmã, sobrinho, cachorro) cortou o cabelo.

Pessoas assim muitas vezes são pouco observadoras ou mesmo burras, sempre olham pro seu próprio umbigo e encarnam um hedonismo incomensurável. Às vezes deixam de perceber que do outro lado pode existir uma pessoa fantástica, mas nem querem se dar ao trabalho/luxo de perder tempo em descobrir isso, para quê? Depois que o homem inventou a cama, tudo fica mais fácil ser descoberto não é mesmo? Principalmente se a mulher que estiver na sua frente tiver grandes 350ml de silicone.

7 comentários:

  1. Oi moça,

    Concordo com tudo q vc falou. Inclusive já escrevi, não tão bem diga-se de passagem, sobre esse tema.
    Gostei muito de sua maneira de escrever e de suas idéias.
    Parabéns.

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  2. É que hoje está tudo tão banalizado, tão "fácil" ( de certo modo) que muitas pessoas não se impõem mais respeito ( veja: são desrespeitadas e fazem questão de continuar).

    O gesto da sua avó não teria vez hoje. A frieza, a indiferença, o prazer momentâneo e a vulgaridade acabaram tomando lugar de gestos delicados e gentis. Quem queira fazer isso hoje será ridicularizado.

    Inversão de valores. Algo terrível.

    abs!

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  3. Adorei o post! Muito bom mesmo... As pessoas precisam das mais valor às outras e até mesmo à vida e aos momentos que realmente fazem a diferença!
    Beijoos

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  4. Oi, Nickita! Muito obrigado pela sua visita e seu comentário no meu humilde e tosco blog.

    Pois é, eu também sou professor, agora só na rede pública ( larguei a rede particular por opção, muita purpurina, muito marketing). A situação na Bahia também não é das melhores, inclusive nas uni estaduais - e o pior, em cursos de licenciatura.

    Grande abraço!

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  5. penso como decisões sem escolha trazem felicidade,como aquilo que fazemos sem desejo acaba ficando bom,quando se fizessemos com vontade teria ficado perfeito,imagino como seria ficar com as sobras de emoção quando quem realmente deseja viver só se interessa pelas que são suas reais intenções...
    Um texto maravilhoso...

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  6. Esse é o famoso sentimento "olho apenas para o meu umbigo". Tsc, tsc, tsc..

    Bom texto. Bem abordado e bem comentado. ;)

    Bjosssssssssssss!!!

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  7. oie acabei de indicar seu blog pra um premio
    segue a URL:
    http://anjuhz.blogspot.com/2009/02/recebi-esta-semana-esse-selo-fico.html

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